A missمo do Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) era para libertaçمo
do ser humano, acabando com a escravidمo. Ele estabeleceu a
liberdade humana e a tornou uma das provas de honra do Criador ao
ser humano. Por isso, vimo-lo dar atençمo especial para a libertaçمo
dos escravos, eliminando as fontes da escravidمo, primeiro, e
incentivando os muçulmanos a libertarem seus escravos, à partir da
base de que quem libertar um escravo, Deus libertarل a cada um de
seus َrgمos do castigo do Fogo do Inferno.
705
Entمo, o Islam organizou os preceitos da escravidمo, estreitando as
causas geradoras e ampliando os métodos da libertaçمo. Por isso,
William Dermenghem disse: “A libertaçمo dos escravos foi considerada
como benevolência e expiaçمo de alguns pecados.”
706
Adam Metz
707
cita os mais importantes métodos de libertaçمo
dos escravos no Islam, mostrando que a libertaçمo é um dos
seus princيpios. Disse: “Havia no Islam um princيpio a respeito
705
Abu Huraira (Que Deus o tenha em Sua glória) relatou que o Profeta (Deus o abençoe e lhe dê
paz) disse: “Quem libertar um escravo, Deus irá libertar do fogo por cada órgão dele um dos
seus.” (Musslim, Capítulo: “O Mérito de se Libertar Escravo”, nº 1509.
706
Emile Dermenghem: “A Vida de Mohammad”, 290.
707
Adam Metz (1869-1971). Pesquisador alemão. Foi nomeado professor na Universidade de
Basiléia, na Suiça. Especializou-se na literatura árabe da época abássida. Entre suas obras,
citamos: “O Renascimento do Islam no século quatro da Hégira” (1922). Foi traduzido para o
árabe com o mesmo título.
da escravidمo. Ou seja, o escravo podia adquirir a sua liberdade,
pagando certa importância. O escravo ou a escrava tinha o direito
de trabalhar independentemente na atividade que quisesse. Fazia
parte da piedade e dos bons costumes, também, a pessoa deixar em
testamento a libertaçمo de alguns escravos que possuيa.”
708
O Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz), na sua comunidade islâmica,
foi o primeiro a reconhecer o princيpio de libertaçمo dos escravos,
nمo considerando mesmo os prisioneiros de guerra como escravos.
Ele autorizou-os a pagar resgate ou ensinar os filhos dos muçulmanos
a lerem e escreverem para se libertarem.
709
O Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) nمo deixou nenhum escravo
seu. Quando lhe davam um escravo, ele o libertava imediatamente.
710
Deus elevou o grau dos escravos de tal forma que o Profeta (Deus o
abençoe e lhe dê paz), como diz Nazmi Luca
711
, “Os escravos e os reis
de Curaish eram iguais.”
712
708
Adam Metz: “O Renascimento do Islam no século quatro da Hégira”, 1/290.
709
Ver Mohamad Charif Chibáni: “O Mensageiro nos Estudos Orientalistas Imparciais”, 119.
710
711
Dr. Nazmi Luca. Escritor cristão, egípcio. Destaca-se com o seu ponto de vista objetivo.
Assistia muito os seminários dos cheiques muçulmanos, ouvindo assiduamente o Livro de
Deus e a biografia do Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz). Ele decorou o Alcorão aos dez
anos de idade. É autor de vários livros, o mais destacado é “Mohammad, a Mensagem e o
Mensageiro” e “Mohammad na Sua Vida Particular”.
712
Nazmi Luca: “Mohammad, a Mensagem e o Mensageiro”, pág. 185.
Por causa disso, a aristocracia coraixita enfrentou a mensagem
islâmica que pregava a libertaçمo dos escravos e a igualdade completa
entre eles e os senhores. Os comandantes de Makka negociavam
com o comandante da mensagem (o Profeta (Deus o abençoe e lhe
dê paz)) para ele expulsar os escravos para que os lيderes de Makka
aceitem o Islam. Entمo, o Alcorمo Sagrado foi revelado, advertindo o
Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) quanto a deixar ou expulsar os
escravos. Eles que sacrificaram tudo que é caro em prol da missمo,
que invocavam o seu عnico Senhor, de manhم e à noite, desejando,
com o seu sacrifيcio, contemplar o Rosto de Deus, Exaltado seja.
Nمo esperavam posiçمo, ou fama, como é o desejo da maioria dos
senhores. Disse Deus, o Altيssimo: “Sê paciente, juntamente com
aqueles que pela manhم e à noite invocam o seu Senhor, anelando
contemplar o Seu Rosto. Nمo os menosprezes, desejando o encanto
da vida terrena, e nمo escutes aquele cujo coraçمo permitimos
menosprezar o ato de se lembrar de Nَs, e que se entregou aos seus
prَprios desejos, excedendo-se em suas açُes.” (18:28).
Aqueles escravos, na tolerante legislaçمo islâmica sمo mais
importantes, mais abençoados, mais sensيveis e mais puros do que
aqueles senhores que escravizam as pessoas, sمo arrogantes na terra
sem nenhum direito. Por causa daqueles escravos foi revelada a
ordem do céu ao Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) para protegêlos!
A advertência foi revelada de Deus ao Seu Profeta para nمo se
virar para os grandes em detrimento dos escravos ou negligenciar os
escravos e obedecer aos senhores da escravidمo.
Os escravos encontraram a dignidade e a liberdade nos reformadores
ensinamentos islâmicos, livrando seus pescoços do anel da pobreza
e da humilhaçمo, livrou-os da adoraçمo das pedras e do açoite dos
senhores, transformando alguns deles em senhores dos muçulmanos.
Relata-se que شmar Ibn al Khattab (que Deus o tenha em Sua glَria),
comentando o caso da compra de Bilal Ibn Rabah (que Deus o tenha
em Sua glَria) por Abu Bakr para libertل-lo da escravidمo, disse:
“Nosso mestre, libertando o nosso mestre!”